sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Mercearia de 1936 vai integrar rotas temáticas da zona norte




Surgiu há mais de 70 anos mas a modernidade pouco ou nada lhe alterou a imagem origem: mantém os armários com amplos vitrais, a balança para vendas a peso e até os grandes frascos de vidro para guardar o arroz ou o açucar
É uma mercearia como poucas que ainda vão conseguindo resistir ao impacto das grandes superfícies comerciais. Já não tem o movimento de outros tempos mas continua a ser palco de inúmeras visitas, não só para colmatar alguma falha na dispensa, mas também para reviver um pouco da época em que o arroz ou o açúcar se vendiam a peso. E apesar da modernidade ter imprimido novas cores ao conteúdo das muitas prateleiras de armários vidrados, facto é a forma da sua data de criação (1936) mantém-se praticamente inalterável. À entrada deparamos-nos com a bancada onde assume especial destaque um balança em tom de prata. Na rectaguarda um movel de madeira escura que exibe tentadoras guloseimas, muitas delas dentro de grandes frascos de vidro que outrora tinham como fim o armazenamento de produtos não embalados. Do outro lado do balcão, o cliente contempla tudo o que as vidraças dos armários deixam transmitir e, por essa razão, o ritual do pedido ainda é uma realidade.

Ao fim e ao cabo, conseguiu adaptar-se às exigências de consumo dos novos tempos sem que essa permissa lhe valesse a perda da sua identidade.Entretanto, o proprietário, José Manuel Pimentel, hoje com quase 65 anos, reconhece que o negócio já pouco compensa e que ainda mantém o estabelecimento “em funcionamento” mais pelo gosto que nutre pela actividade e , sobretudo pelo espaço.

E mesmo que um dia o negócio tenha de cessar, serve-lhe a consoloção de que aquela mercearia, tal e qual como nasceu, vai estar de portas abertas a quem queira conhecer como era o comércio noutros tempos. Tudo porque a mercearia em causa vai ser integrada nas roteiro cultural e turístico do Parque Temático da Maia, funcionando como um pólo museológico.

Do tabaco aos moinhos o chamado “Parque Temático da Maia” está a preparar uma série de paragens obrigatórias em diferentes freguesias da zona oriental do concelho da Ribeira Grande.

Em causa estão espaços que pretendem funcionar como pólos de dinamização e promoção do turismo nos meios rurais, numa estratégia de dar a conhecer aos forasteiros e aos mais novos aspectos relevantes da cultura e da realidade socio-económica daquela zona. Para além da mercearia antiga, merecerão também destaque a cultura do linho, do tabaco, do chá e até dos moinhos de água.

Estão também previstas visitas a alguns locais turisticos do Porto Formoso, entre os quais a moradia do sapateiro e as termas. Até à data, são as rotas do tabaco e do linho as que se apresentam numa fase de desenvolvimento mais avançada.


Luísa couto

"in Açoriano Oriental" edição de 12/02/2008

1 comentário:

Anónimo disse...

BEla notícia!!!

BOAAA!!!